segunda-feira, 15 de julho de 2013

O fantasma que comia gente

          Foto: http://migre.me/fu6lO  
 Sua cara fina e pálida exibia sempre o mesmo velho sorriso vermelho. Morto e cansado, se misturava em meio as pessoas mortas e feias na rua sem se deixar perceber. Félix não se sentia feliz. Félix não se sentia triste. Félix não sentia nada, exceto quando se enfiava nos becos escuro pra matar pessoas. Isso deixava Félix radiante! Mas nada se compara as garotas que ele leva pra casa, que ele assa e come bem picadinhas e sem tempero.
 Depois do trabalho, Félix passa todo o tempo sem companhia humana. As pessoas são sujas e chatas e ele não quer se misturar com elas. No escritório todos pensam que Félix é tímido, afinal, ele nunca puxa ou dá continuidade a qualquer assunto e sempre devolve um sorriso frouxo aos seus colegas, mas não é nada disso. A verdade é que não há nada que ele queira saber sobre essas pessoas porque elas não lhe interessam. Félix se sente cansado. As pessoas o deixam entediado e aborrecido quando elas não estão servindo de refeição pra ele ou sendo agredidas por ele até a morte em algum lugar tranquilo e escuro. Mas ele adora gatos e cria dois ou três em sua casa.
 Félix não conversa muito com seus pais porque matou os dois. Ele não tem irmãos, e se tivesse, os teria matado também. Seus pais falavam muito e Félix aprecia o silêncio como ninguém. Eles também abusavam dele quando ele era pequeno e isso o deixava assustado e confuso. Porém, quando atingiu a adolescência, isso o deixou muito puto e ele os matou. Ele não sente remorso. Nunca sentiu e nem sequer sabe o que é e se é de comer ou para que serve, afinal, Félix não sente nada, exceto quando se enfia nos becos escuro pra matar pessoas. Isso deixa Félix radiante!

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